QUEM COME QUIABO NÃO PEGA FEITIÇO: o alimento como meio de conexão com o sagrado
Resumo
A chegada de povos africanos sequestrados como escravos resultou na presença de milhões de pessoas de diferentes etnias e culturas no Brasil, que trouxeram contribuições para a culinária brasileira, inserindo no país uma grande variedade de plantas, animais, técnicas e sabores, além de toda a sua cultura e costumes, por vezes distintos dos já existentes, como é o caso da religião. Para a expressão religiosa da população africana no Brasil, em suas diversas tradições étnicas, os alimentos sempre tiveram um papel essencial, sendo utilizados nas oferendas como meio de conexão entre o homem e as divindades. Após séculos de convivência, as religiões de matriz africana ainda enfrentam preconceito, reflexo do racismo estrutural e da influência histórica da Igreja Católica na repressão de práticas não cristãs, muitas vezes consideradas primitivas e fetichistas. Isso se deve, em parte, ao desconhecimento, mas também à perseguição sofrida pelos povos negros desde o período de escravização (Campos, 2025).
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