PANC E MINEIRIDADE: a influência dos matos de comer na formação gastronômica de Minas Gerais
Resumo
As plantas alimentícias não convencionais (PANC) são plantas com potencial alimentício, que podem ser consumidas de forma integral ou parte delas, mas que normalmente não compõem a alimentação do dia a dia. São chamadas de não convencionais todas as plantas nativas ou exóticas, de cultivo espontâneo ou não, e que raramente são produzidas para venda, por isso são desconhecidas pela maioria da população (SARTORI et al., 2020). Grande parte das hortaliças presentes na mesa dos mineiros são cultivadas de forma espontânea em hortas e pomares, e os mais antigos transmitem o costume de utilizar as PANC no dia a dia, seja na alimentação, ou de forma medicinal (ANDREOLI; MELO; NOGUEIRA, 2022). Durante o período de desenvolvimento socioeconômico de Minas, havia problemas relacionados ao abastecimento e, por isso, os alimentos disponíveis eram os mais fáceis de se cultivar como milho, abóbora, mandioca e as hortaliças. Nesse contexto, a forte influência da carne de porco na cozinha mineira se justifica pela sua alimentação, normalmente feita com esses mesmos alimentos usados pelos moradores, assim como talos, folhas, e restos de comida (ABDALLA, 2007). A gastronomia mineira tem como base a simplicidade, porém os sabores são muito marcantes. Os pratos mineiros são constituídos principalmente de ingredientes cultivados espontaneamente ou não nas hortas (TORRES et al., 2016). Diante disso: como elaborar um prato com sabores tipicamente mineiros e utilizando PANC? O objetivo desse trabalho é compor um prato com elementos tradicionalmente mineiros como o angu e torresmo e adicionar plantas alimentícias pouco conhecidas como alho japonês (Allium tuberosum), capiçova (Erechtites valerianifolius) e jequeri (Solanum Alternatopinnatum).
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PDFReferências
https://doi.org/10.5281/zenodo.13885390
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