MOCHI: O INGRESSO DO DOCE JAPONÊS NA CULTURA BRASILEIRA
Resumo
A introdução da culinária japonesa no Brasil trouxe uma diversidade de sabores e técnicas únicas, enriquecendo o cenário gastronômico nacional com pratos meticulosamente preparados, equiparando-se às demais cozinhas mundialmente apreciadas, como a chinesa e a francesa (MOTTA; SILVESTRE; BROTHERHOOD, 2006). Historicamente, os imigrantes japoneses enfrentaram desafios alimentares ao se depararem com ingredientes diferentes dos habituais, como feijão, farinha de milho, bacalhau e café. Apesar das diferenças, seus hábitos, como o consumo de verduras cruas, influenciaram e transformaram a cultura alimentar brasileira ao longo do tempo (NATIONAL DIET LIBRARY, 2009). Hoje, percebe-se essa influência refletida na produção, preparo e consumo de uma variedade de produtos, como amendoim japonês, caqui doce, chá, sushi e soja, demonstrando a integração e assimilação dos hábitos alimentares japoneses na sociedade brasileira (MOTTA; SILVESTRE; BROTHERHOOD, 2006). Dentre os hábitos alimentares dos japoneses, está o consumo de Mochi, pronunciado como “moti”, caracterizado como um bolinho de arroz feito a partir do arroz Oryza sativa do subgrupo glutinosa, um tipo de arroz glutinoso. Este nome se dá pela característica grudenta que o arroz adquire após ser cozido. Esse bolinho japonês é do tipo Daifuku, termo usado para referir-se ao recheio doce que possui. Tradicionalmente, o bolinho era comumente feito em comemorações típicas, como o Mochitsuki, evento realizado nos últimos dias do ano e que tem um significado importante para os japoneses, que acreditam que o evento traz sorte e prosperidade para o ano novo e celebrações (KANAMORI; RONCHETTI, 2018). Atualmente, o mochi se destaca como um exemplo de como os alimentos podem transcender fronteiras culturais e se tornar parte integrante do paladar brasileiro. Por meio de inovações e substituições de insumos, o mochi têm sido adaptado e incorporado ao cenário gastronômico brasileiro, refletindo não apenas uma apreciação por sua singularidade, mas também um processo de assimilação cultural em vários estados do Brasil (MOTTA; SILVESTRE; BROTHERHOOD, 2006). Neste contexto, como é possível complementar o mochi com ingredientes brasileiros a partir da utilização de técnicas japonesas e ingredientes típicos da cozinha mineira? O objetivo é evidenciar como duas cozinhas tão diferentes podem se fundir de maneira harmoniosa, enriquecendo as experiências gastronômicas, ressaltando a versatilidade da culinária, e promovendo uma celebração da diversidade cultural através da comida.
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PDFReferências
https://doi.org/10.5281/zenodo.13885249
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