COZINHA ÁRABE: MINI BANQUETE PARA DEGUSTAÇÃO

Helena Portugal RICHA, Felipe de Castro CAFFINI, Patricia Maia de Vale HORTA, Patrícia Rodrigues Rezende DE SOUZA, Thiago Brandão CAIAFA

Resumo


A disseminação da cultura árabe em escala global tem desempenhado um papel crucial na moldagem da gastronomia ao redor do mundo. Além de sua profunda influência histórica, tradições arraigadas, vínculos religiosos e outras características distintivas, é intrigante adentrar no universo das iguarias que essa cultura tem a oferecer. A culinária, como um reflexo marcante da identidade de um povo, revela seus costumes e hábitos, representando, assim, uma forma significativa para os imigrantes preservarem a essência de sua herança (HADJAB, 2014). Nesse contexto, a culinária árabe, repleta de sabores e técnicas singulares, desempenha um papel de suma importância na divulgação dessa cultura rica e multifacetada, contribuindo de maneira significativa para o notável crescimento da apreciação e demanda por pratos árabes (DOMINGUES, 2015). Originariamente, os árabes preservam tradições profundamente enraizadas em seus hábitos alimentares, como a abstenção de carne suína por parte dos árabes muçulmanos e judeus, o hábito de se alimentar exclusivamente com a mão direita e a prática comum de fazer refeições enquanto estão assentados no chão (FERREIRA et al., 2008). Com o propósito de agradar o paladar ocidentalizado e, ao mesmo tempo, preservar a essência cultural desses povos, a culinária árabe se adaptou, abdicando de determinadas tradições e contribuindo para o enriquecimento da identidade nacional brasileira. Essa adaptação incluiu a popularização do consumo de café, a introdução de sobremesas típicas e produtos de pastelaria, a substituição da proibida gordura de porco pelo azeite (derivado da palavra árabe ‘az-zayt’), bem como a incorporação de uma variedade de temperos, como o açafrão (ou ‘azzaHafrãn’), a nozmoscada, o cravo, a canela, pimentas e outros condimentos (TRUZZI, 2007). Um exemplo notório dessa fusão culinária pode ser observado em Foz do Iguaçu (PR), onde é comum ver clientes desfrutando de esfihas com talheres, um costume que tradicionalmente não faz parte da cultura árabe. Dessa maneira, a esfiha, o kibe e a coalhada se converteram em alimentos apreciados pelo paladar brasileiro, difundidos inclusive pela proliferação de restaurantes especializados e redes de fast food que se espalham por todo o território nacional (TRUZZI, 2007). Diante desse cenário, como é possível evidenciar a influência da gastronomia árabe no Brasil? O propósito deste trabalho consiste em apresentar um mini banquete árabe para a degustação, com o intuito de destacar a riqueza dessa culinária.

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