QUITANDAS MINEIRAS: Choux Cream à Mineira

Ingridy França Nascimento, Felipe de Castro Caffini, Patricia Maia do Vale Horta, Patrícia Rodrigues Rezende, Ricardo Vieira Soares

Resumo


Quando se fala de questões alimentares, o ‘ser mineiro’ é caracterizado pelo costume de receber visitantes com mesas fartas de comidas típicas, que se iniciou no período colonial, como forma de demonstrar status social. Contudo, no século XVII, como toda a mão de obra era usada na mineração, a população mineira passou por uma escassez de alimentos, fazendo com que aproveitassem o máximo de todos os alimentos de que tinham acesso, o que também confere identidade a cozinha mineira (CORRÊA; QUINZANI; FERREIRA, 2017). Com o crescimento da urbanização e da economia de subsistência após o período de mineração, no século XVIII, inicia-se o fim do período de escassez, o começo do período de abundância, e surgem várias receitas de quitandas em Minas Gerais (MENEZES, 2000; FRIEIRO, 1982 apud BONOMO, 2018, p. 3-4). De acordo com Silva (2003 apud CORRÊA; QUINZANI; FERREIRA, 2017, p. 51) a base da cozinha do interior de Minas Gerais era equipada com fogão e forno a lenha, fornalhas e panelas de ferro, e em suas cozinhas são utilizados os insumos de seus quintais, hortas, chiqueiros, galinheiros e currais, de onde eram tiradas suas frutas, verduras, a carne de seus animais e seus derivados, e eram com esses ingredientes e com esses equipamentos que as quitandas eram produzidas. O termo quitanda vem da língua africana quimbundo, ‘kitanda’, que significa tabuleiro, onde se vendiam alimentos nas feiras, e o termo quitandeira, no século XVIII e XIX, fazia menção às escravas negras que vendiam alimentos em tabuleiros nas ruas (LIFSCHITZ; BONOMO, 2015). Nos dias de hoje as quitandeiras são mulheres que fazem e vendem as quitandas (BONOMO, 2020), que são produtos da pastelaria caseira, como: bolos, broas, biscoitos, roscas, que são servidas no lanche da tarde, também conhecidas como ‘merendas’ (BATISTA; BASTOS, 2023).

Diante disso, de que maneira é possível transformar as quitandas mineiras em uma sobremesa usando técnicas da confeitaria? O objetivo desse trabalho foi transformar em sobremesa uma quitanda típica de Minas Gerais, como o bolo de fubá com calda de goiabada, usando as técnicas da confeitaria, porém com os insumos utilizados na quitanda escolhida.


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Referências


https://doi.org/10.5281/zenodo.14001730


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