APROVEITAMENTO INTEGRAL DA ABÓBORA CABOTIÁ

Thiago Voigt, Felipe de Castro Caffini, Patricia Maia do Vale Horta, Málio Aflisio, Martha Eunice de Bessa

Resumo


O desperdício de alimentos aptos ao consumo humano, especialmente, na última etapa da cadeia produtiva, isto é, na cozinha do consumidor, é um obstáculo a luta contra a insegurança alimentar. O brasileiro desperdiça, em média, 114 gramas de alimento por dia, equivalente a 41,6 quilos por ano (PORPINO et al., 2018). A justificativa para o desperdício está relacionada com a cultura da mesa farta, que em outras palavras, significa a importância dada a comida fresca e ao não aproveitamento integral dos alimentos (ALVES et al., 2012). Aproveitar integralmente um alimento significa utilizá-lo por completo durante o preparo das refeições, sobretudo, as partes que normalmente são desprezadas, como exemplo, sementes e cascas. Adotar uma alimentação alternativa traz vantagens na economia e na saúde do consumidor, diminuindo o custo com insumos complementares e aumentando a qualidade nutricional das preparações (LUZ et al., 2019). No Brasil, as abóboras e as morangas se destacam como espécies alimentares de importância econômica, nutricional e social. Os frutos estão numa posição privilegiada entre os mais cultivados no país, ocupando o quinto lugar, são ricos em sais minerais e vitaminas, sobretudo o betacaroteno com atividade provitamina A (AMARO et al., 2021). Do ponto de vista social, o cultivo dessas espécies contribui para a formação de empregos diretos e indiretos, por conta da necessidade de mão de obra (RESENDE; FAUSTINO; GONÇALVES, 2014?). A polpa dos frutos, tradicionalmente, é a parte mais consumida pela maioria das pessoas, mas com o desenvolvimento da ciência foi possível constatar o consumo integral de algumas hortaliças, como o das abóboras (SILVA; SILVA, 2012). Logo, sementes e cascas também podem fazer parte da dieta humana. Salienta-se que esses elementos possuem teores de fibras alimentares e outros macros nutrientes em maior quantidade que a parte nobre. No entanto, o desperdício desses recursos ainda é uma realidade, assim como a necessidade de apresentar diferentes usos para o mercado alimentício (ANJOS et al., 2017).

Dessa forma, como desenvolver uma sobremesa a partir do uso integral da abóbora cabotiá, conhecida também como moranga japonesa, explorando a aplicabilidade de cada um de seus elementos? O objetivo deste trabalho é apresentar o potencial alimentar das partes de uma das variedades de abóbora mais cultivadas no Brasil por meio de preparos que valorizem o sabor de cada parte, reunidos de forma dinâmica no prato.


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