FOLHADO TROPICAL: Utilização das frutas no Brasil

Germana Oliveira Protásio, Felipe de Castro Caffini, Patricia Maia do Vale Horta, Patrícia Rodrigues Rezende, Ricardo Vieira Soares

Resumo


Os confeiteiros europeus dependiam muito do açúcar, porém esse ingrediente era cultivado na Índia e passava por vários países antes de chegar à Europa. Com a descoberta da América e da cana-de-açúcar, em 1492, a confeitaria começou a sua revolução. Na França, quando Maria Antonieta se casou com Luís XVI e trouxe da Itália seus cozinheiros, os grandes banquetes ficaram ainda mais luxuosos, os doces vienenses ganharam status de luxo e foram cada vez mais refinados nas confeitarias francesas (SILVA et al., 2015). Com a chegada de Marie-Antonin Carême, no século XIX muitas técnicas foram aperfeiçoadas, como a massa folhada, que passou a ter proporções corretas para uma massa leve e crocante. A origem da massa folhada é incerta, mas estudos dizem, que está ligada a Grécia e ao Oriente Médio e que seria descendente da baklava, doce feito com pasta de nozes, amêndoas e mel. Também, grande parte dos países europeus adaptaram a massa para a confecção das suas tradicionais sobremesas (OLIVEIRA, 2019). No Brasil, os doces tiveram grande influência da colonização portuguesa, que têm sobremesas à base de ovos e açúcar. Dos povos de origem africana que sofreram com a migração forçada, a influência vem do uso do coco e de alimentos que encontraram aqui, como a mandioca. As plantas endêmicas do Brasil e os costumes indígenas também influenciaram na identidade da confeitaria brasileira. Entende-se então, que a cozinha nacional foi marcada por memórias de outrem. Sendo assim, há tradição em alguns preparos e uma rica diversidade em insumos tropicais nos pratos consumidos (SCHIOCHET, 2016).

Diante disso, de que maneira é possível fazer uma sobremesa utilizando insumos culturalmente brasileiros, como as frutas tropicais, e a técnica francesa de sobreposição de massa com a manteiga, conhecida como massa folhada? O trabalho teve como objetivo apresentar as influências da confeitaria no Brasil e os insumos que foram incorporados nas docerias nacionais, valorizando a biodiversidade brasileira, no desenvolvimento de uma sobremesa que contém a massa folhada acompanhada de um recheio de creme de confeiteiro produzido com leite de coco, um curd de manga e, para finalizar, uma compota com a entrecasca e a polpa do maracujá.


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Referências


https://doi.org/10.5281/zenodo.13992348


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