JARDIM DA PRIMAVERA: Um prato além do gosto, transformação e inovação.

José David Fonseca de Paula, Felipe de Castro Caffini, Patrícia Maia do Vale Horta, Málio Aflisio, Joseane Pepino de Oliveira

Resumo


A diversidade é essencial para a manutenção da vida e da saúde dos seres vivos e, o Brasil é considerado o maior detentor da diversidade biológica do planeta com cerca de 15 a 20% de todas as espécies de plantas (SOUZAet al,2019), com tudo sua biodiversidade está sendo ameaçada pela introdução de plantas exóticas para diferentes fins, sua propagação ou dispersão é reconhecida como uma das maiores ameaças ao equilíbrio ecológico e ao bem estar local, porque promove alterações no nicho de populações nativas, levando a perda de biodiversidade (HEIDEN; BARBIERI; STUMPF, 2006). A diversidade vegetal colabora na diversificação alimentar, sendo fonte de vários nutrientes essenciais para a manutenção da saúde dos organismos (RANIERI, 2017). Uma boa alimentação é compreendida não apenas pela quantidade de alimento disponível, mas também pela qualidade nutricional que tem um papel fundamental na prevenção e no tratamento de doenças. Há milhares de anos, Hipócrates já afirmava: que teu alimento seja teu remédio e que teu remédio seja teu alimento. As mudanças no padrão de consumo de alimentos ocorreram em vários estágios, desde o início da humanidade e o equilíbrio na dieta é um dos motivos que permitiu ao homem ter vida mais longa neste século (MARATOYA; CARVALHES et al, 2013). No entanto, segundo Ranieri (2017) muitos recursos vegetais disponíveis para alimentação não são usados ou são desconhecidos pela maioria da população. As Plantas Alimentícias Não Convencionais(PANC) foi um termo criado por Kinupp (2007) com objetivo de mostrar a biodiversidade alimentar, uebrando preconceitos com plantas de ocorrência local, consideradas como “daninhas”. A partir destes estudos, recentemente têm-se dado maior visibilidade às PANC possibilitando novos olhares para a alimentação e para a gastronomia. Com base nesses argumentos, como utilizar o lírio do brejo, um tipo de PANC introduzida no Brasil, comumente encontrada na Mata Atlântica e em diversas áreas do território para criar uma sobremesa contemporânea? O objetivo deste trabalho é propor a utilização de uma PANC, o lírio do brejo, para criar uma sobremesa mostrando suas características, utilizando suas flores e raízes para fazer uma releitura do creme inglês, que servirá como base para a criação de um sorvete; além da confecção do “amido de lírio” feito através de seus rizomas, que substituirá o convencional para a preparação do creme de confeiteiro. A sobremesa não é feita apenas com o lírio do brejo, mas ele é um elemento importante na sua elaboração.

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Referências


https://doi.org/10.5281/zenodo.13992215


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