LIBERDADE E EDUCAÇÃO: CONTRIBUIÇÕES DE JEAN-PAUL SARTRE
Resumo
O presente estudo tem como objetivo pensar uma educação que se pretenda libertária. Para tanto, apoiado na filosofia existencialista de Sartre e em sua obra O Ser e o Nada (2007), partiu-se da seguinte questão: como pensar a educação à luz da filosofia da liberdade? O intuito é compreender uma formação que prime pela liberdade individual de cada indivíduo, isto é, uma educação que tenha apenas por finalidade conduzir o existente para a liberdade que é sua. Abordou-se, primeiramente, a concepção de homem e de liberdade no existencialismo de Sartre. Em sua teoria existencialista, o homem surge no mundo sem qualquer essência que possa defini-lo. Através da análise dos conceitos de em-si e para-si, Sartre chega à conclusão de que o homem é um Nada de ser. E esse nada que constitui a realidade humana é explicado pelo filósofo detalhadamente através da análise das estruturas imediatas do para-si. E, assim, a liberdade se dá nessa dimensão, na medida que esse homem é marcado por um nada, esse nada é a liberdade. Liberdade esta que se revela de modo ontológico e se confunde com o próprio ser do homem. O estudo apontou, também, que a liberdade do para-si se revela nas escolhas e nas situações que esse se depara ao longo de sua vida. É nessa perspectiva que, à luz da filosofia da liberdade, evidenciou-se que uma educação libertária em Sartre tem por característica formar o para-si para a reflexão de sua própria existência. Desse modo, o professor, imbuído da teoria sartriana, fará o papel de conscientizar o aluno de todas as dimensões de sua condição ontológica, de ser-livre. Evidenciará ao aluno que não há obstáculos para o exercício de sua liberdade. Pois, mesmo que encontre resistências em seu percurso de criação na existência, essas não tolhem a sua condição, apenas são uma oportunidade para o brotar originário da liberdade que lhe pertence.
Palavras-Chave: Educação. Existencialismo. Liberdade. Sartre.
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