ITINERÁRIOS DO ROMANCE: DA MODERNIDADE À MELANCOLIA DE MARTIM EM A MAÇÃ NO ESCURO, DE CLARICE LISPECTOR
Resumo
O presente artigo tem por objetivo investigar a relação entre melancolia e modernidade. Para tanto, partimos da análise do personagem, Martim, protagonista do romance A maçã no escuro (1961), de Clarice Lispector, procurando compreender a ruptura causada pela obra de Lispector em relação às formas de representação do romance brasileiro. Traçamos um panorama do gênero desde a sua ascensão no século XVIII, no contexto europeu até sua afirmação no Brasil. Notamos que a melancolia, presente não apenas no protagonista de A maçã no escuro, mas na literatura de Lispector, como um todo, aponta para contradições históricas relacionadas ao contexto de produção. As marcas antagônicas da modernidade ficam evidentes na obra clariceana, se levarmos em consideração seu contraste com a linha documental identificável na prosa regionalista dos anos 30. Nesse sentido, o romance em questão pode ser analisado enquanto gênero por excelência, que consagra a manifestação e o reconhecimento da subjetividade individual nas narrativas ditas modernas, o que não nos coloca distantes de uma abordagem que se quer voltada para o entendimento do objeto literário como uma resposta, ao mesmo tempo, crítica e reflexiva.
Palavras-chave: A maçã no escuro. Clarice Lispector. Melancolia. Crítica Literária.
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