O RACISMO CORDIAL E A METÁFORA DO VÉU: UMA ANÁLISE DE O SOBREVIVENTE, DE ELIANE BRUM

Mariana Mendes FLORES

Resumo


Este artigo tem como objetivo observar as relações entre o racismo e o preconceito de classe na cultura brasileira e a crônica O sobrevivente, pertencente ao capítulo Expectativa de vida: 20 anos, da obra O olho da Rua (2008), de Eliane Brum, que, inserida no gênero Jornalismo Literário, apresenta fatos e depoimentos de caráter documental. Para tanto, relacionaremos o complexo cultural racismo cordial, teorizado por Walter Boechat e a Metáfora do Véu de W.E.B Du Bois. Du Bois, como um intelectual e ativista, enfatiza a importância da conscientização histórica das pessoas negras para que elas possam ter consciência de seu papel na sociedade e se fortalecerem, tendo como base o orgulho racial. De acordo com a análise de Boechat, respaldada por Sérgio Buarque de Holanda, no Brasil, até algumas décadas atrás, eram escassas as problematizações similares às de Du Bois, uma vez que o país não experimentava a manifestação de um "racismo aberto". Segundo a perspectiva de Boechat, essa ausência de manifestação explícita do racismo acaba se tornando um estímulo para o ativismo e a redução da segregação social.

 Palavras-chave: complexo cultural. racismo cordial. racismo estrutural. jornalismo literário.

 


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