“PRA ENTENDER O ERÊ TEM QUE TÁ MOLEQUE”: AS INFÂNCIAS DE JOÃO E MARIA, EM LÁZARO RAMOS
Resumo
Este artigo propõe analisar o lúdico expresso na poética de Lázaro Ramos em duas obras infantis: Caderno de rimas do João e Caderno sem rimas da Maria. A teoria sobre Literatura Infantil (com ênfase na poesia) e a Filosofia são convocadas no texto para discutirem o jogo de palavras como elemento lúdico. João e Maria, personagens fictícias e, ao mesmo tempo reais, serão elencadas à categoria de eu-lírico ao lado do “pai-lírico”, autor que assina ambas as obras inspiradas nas crianças de/em sua vida. Por isso acionamos a figura do erê (a criança que habita em cada ser humano) como a metáfora desta relação entre o escritor que escreve com/para a criança, salientando, ao invés de adultocentrismo, uma atitude de infancialização, ou seja, de ativação da criança no adulto. Na primeira parte do artigo, retomaremos momentos da história da literatura infantil no ocidente, com ênfase às personagens negras no contexto brasileiro, evidenciando os limites de representatividade. Em seguida analisaremos como o lúdico, por meio do jogo e da poesia, é expresso nas vozes de João e Maria, reconhecendo a importância de obras, como essas, que realçam a beleza estético-literária das crianças negras no texto escrito. Nesse sentido elas serão identificadas como produtoras de múltiplas interpretações do mundo para além de experiências relacionadas ao racismo e à violência. Por fim, argumentaremos sobre a necessidade de, inspirados/as no autor, praticarmos também a infancialização na escrita literária e nos modos de produção acadêmica.
Palavras-chave: Literatura infantil. Lúdico. Filosofia. Infancialização. Criança.
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