ANTÍGONA E OS DIÁLOGOS TRÁGICOS
Resumo
Ao traçar uma leitura da peça Antígona, de Sófocles, de acordo com as propostas encontradas na Poética, de Aristóteles, este artigo pretende discutir a importância da compreensão trágica para o trato de questões que sócio-historicamente ratificam as tensões entre as vozes das esferas domésticas e o que podemos entender como espaço público, a partir de nossa experiência no cenário urbano e, sobretudo, no confronto com as leis que definem as noções de direito e dever. Além da relação com o texto aristotélico, a fim de verificar de que maneira se encontram as propostas do filósofo com o texto sofocliano, bem como os processos imbricados na passagem do mito à composição do enredo, é importante destacar a figura de Antígona como uma personagem que mimetiza determinada ação. Ao recriar certas performatividades que servirão para o estabelecimento de múltiplos debates teóricos, produzidos por distintas áreas do conhecimento e fundamentais aos trabalhos de importantes teóricos, Antígona nos auxilia a delinear um percurso que revê no panorama clássico uma potência de questionamento presente em nossos dias.
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PDFReferências
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