A INTERSUBJETIVIDADE INATA DOS BEBÊS EM COLWYN TREVARTHEN: UMA ANÁLISE DOS ESTUDOS DA DÉCADA DE 1970

Tarcísio Corrêa de Brito, Monalisa Maria Lauro

Resumo


A psicologia do desenvolvimento infantil, em uma perspectiva racionalista, em certa medida, ainda considera as produções multimodais dos bebês como meras reações fisiológicas automáticas em resposta a estímulos externos. Confundindo linguagem e fala, alguns pesquisadores desconsideram as efetivas intenções comunicativas dos bebês, na interação precoce da díade mãe-bebê. Colwyn Trevarthen, professor emérito da Universidade de Edimburgo, defende uma psicobiologia intersubjetiva do sentido humano que problematiza a tese do desenvolvimento linear e passivo dos bebês, a partir de seus estudos acerca da psicologia fisiológica no âmbito da ciência do movimento; autorregulação; comunicação não verbal e aspectos conativos e emocionais da vida dos bebês. O objetivo da presente pesquisa de caráter histórico-conceitual foi apresentar ao público brasileiro uma análise de dois conceitos fundamentais em sua obra: a intersubjetividade primária (interação dialógica entre mãe-bebê) e a secundária (atuação sobre objetos introduzidos e tematizados pelo bebê nessa interação inicial). Por meio da análise de fontes primárias, publicadas por Trevarthen, na década de 1970, constatou-se que, apesar desses conceitos terem sido formalizados entre 1970 e 1980, pesquisas anteriores realizadas por Trevarthen, junto aos grupos de pesquisa aos quais se vinculou na década de 1960 foram fundamentais para estabelecer as bases neurobiológicas interpessoais da intersubjetividade. De igual maneira, seus artigos posteriores ajudaram a esclarecer sua teoria, e seus métodos e trabalhos recentes confirmam a importância de suas reflexões sobre a intersubjetividade, ao longo dos últimos cinquenta anos.

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