NEOLIBERALISMO E PATOLOGIZAÇÃO DA VIDA: UMA ANÁLISE CRÍTICA DA DEPRESSÃO NOS MANUAIS DIAGNÓSTICOS E ESTATÍSTICOS DOS TRANSTORNOS MENTAIS

Ananda Cristina dos Santos Motta, Conrado Pável de Oliveira, Kíssila Teixeira Mendes

Resumo


O neoliberalismo, para além de um sistema socioeconômico que dita regras mercadológicas, atua também como produtor de subjetividade. Entretanto, suas ferramentas são implementadas a partir de circunstâncias que favorecem a produção de sofrimento psíquico, ao colocar o homem como o agente de si mesmo. A psiquiatria funciona, dessa forma, como uma ferramenta de resolução desse sofrimento, não somente através da medicação, como também por meio das mudanças e especificações que realiza nas nomenclaturas em transtornos mentais ao longo dos anos, que se tornam cada vez mais criteriosas, permeando as mais variadas camadas do sofrimento. Essas transformações nosológicas acompanham a instalação do ideal neoliberal na sociedade, que se beneficia desses agentes ao individualizar o sujeito na sua dor e estimular a produtividade. O presente trabalho tem por finalidade investigar a depressão nas cinco edições do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais e desenvolver um paralelo entre depressão e neoliberalismo, de forma a analisar a articulação dos valores neoliberais com o saber psiquiátrico, e discutir sobre como isso por si só trouxe mudanças na visão que o mundo tem de sofrimento e seus impactos na psicologia clínica.

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