A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA COMO PROPULSORA DA REDUÇÃO DE SUBJETIVIDADE: POR QUE O AUTISMO? UM OLHAR SOBRE AMEDICALIZAÇÃO DA VIDA

Mayara Laine Vieira Gerhardt Marchiori, Regina Coeli Aguiar Castelo Prudente

Resumo


O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno neurodesenvolvimental complexo que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento. Nos últimos anos, houve um aumento no diagnóstico de autismo, e, embora a categorização e a terminologia em torno do autismo tenham mudado ao longo do tempo, a concepção ontológica subjacente permanece, reforçando dicotomias que estabelecem limites entre o que é considerado normal e patológico. Nesse sentido, pode-se observar que a propulsão que a indústria farmacêutica exerce sobre a demanda de diagnósticos a fim de estabelecer um critério para a medicalização permite que, para cada transtorno, exista um medicamento que o contenha e, consequentemente, um produto a ser comprado. A indústria farmacêutica lança estratégias mercadológicas para equilibrar a longevidade da vida, propondo doenças para que a cura seja quista e aceita pela sociedade, reduzindo os seres humanos a receptáculos de diagnósticos. Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo discutir o autismo na contemporaneidade e compreender se o diagnóstico é fomentado por uma narrativa capitalista, além de mostrar ainda que existem outras possibilidades de tratamento além dos cognitivistas, como, por exemplo, a psicanálise, que se coloca como portadora de voz ao sujeito autista. Assim, será feita uma revisão de literatura sob o olhar do biopoder e da psicanálise. Por fim, conclui-se que o autismo e o capitalismo se entrelaçam, pois arrisca-se dizer que a indústria farmacêutica se porta como uma entidade de saber-poder que fomenta o discurso de categorizar e objetificar a subjetividade.

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