A UNILATERALIDADE DA RAZÃO NA CONTEMPORANEIDADE: UMA PERSPECTIVA JUNGUIANA

Maria Junqueira Ribeiro, Paulo Ferreira Bonfatti

Resumo


O presente artigo tem como finalidade questionar uma possível unilaterização contemporânea, mas que tem suas raízes na Grécia Clássica. Trata-se de um racionalismo unilateral, que foi desenvolvido do século XVIII, no Iluminismo. Partindo desse ponto de vista, somente aquilo que pode ser explicado pela lógica é considerado verdade. Entretanto, dentro de uma perspectiva da teoria de Carl Gustav Jung, de uma unilateralidade pode surgir uma função compensadora que levará o indivíduo de uma atitude ao seu oposto, em um movimento chamado enantiodromia. Isso ocorre graças a tendência autorreguladora da psique, que tenta integrar conteúdos conscientes com os do inconsciente. Porém, para que essa união não ocorra de forma invasiva e que realmente se atinja uma integração, é possível simbolizar esse conflito de opostos. O processo de simbolização, que ocorre na função transcendente, é capaz de trazer equilíbrio entre as ideias contraditórias e harmonizar conflitos psíquicos através da criação de um terceiro elemento unificador. Considerando que essa perspectiva de simbolização ocorra individualmente, entende-se que o mesmo possa ocorrer coletivamente. Assim, se mostraria como um caminho viável para seguir diferente de um espírito da época racionalista.

 

Palavras-chave: Unilateralidade. Função Compensatória. Psicologia Analítica. Função Transcendente. Razão.


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