O ECO ENSURDECEDOR DO SILÊNCIO: IMPACTOS DO SEGREDO NA FAMÍLIA

Raquel Cristina Ribeiro de Oliveira, Mônica Macedo Vieira

Resumo


O presente artigo busca trazer, por meio de uma revisão narrativa, reflexões acerca do segredo e de seus impactos na família. Entende-se que o sujeito é um sujeito do grupo, onde é parte constituída e constituinte, elo e herdeiro de uma cadeia intersubjetiva que o antecede. Nesta perspectiva, conteúdos transmitidos pela família deixarão impressões que conectam as gerações. Dentre estes conteúdos encontram-se os segredos, que embora possam operar como uma condição para se poder pensar, como recurso face a imposição de tudo dizer, muitas vezes atuam como enigmas que ecoam no grupo familiar, enquanto um material ausente de inscrição e representação, passando a transitar como um grito de silêncio que busca ser ouvido, tendo muitas vezes efeitos sintomáticos. Nesse sentido, os estudos psicanalíticos mostram que a elaboração da história pregressa do sujeito é essencial no processo analítico, pois o dito propicia a elaboração das tramas geracionais, através do registro da história na dialética com o outro, possibilitando a emergência de um sujeito através da produção de novos sentidos. Ainda, na perspectiva da prática clínica, o presente estudo discute como a relação transferencial pode se constituir como uma porta para a expedição e ressignificação da história da qual o sujeito faz parte, utilizando o mecanismo da contratransferência como recurso no trabalho com segredos através do exame das próprias reações mentais, uma vez que estes podem produzir ressonâncias no analista, que se identificará com as interdições do pensamento e com as angústias irrepresentáveis atreladas ao segredo.

 

Palavras-chave: Contratransferência. Segredo. Sintoma. Transmissão Psíquica.  

 


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Referências


https://doi.org/10.5281/zenodo.13844591


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