SERVIÇOS DE ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL: REIFICAÇÃO DA EXCLUSÃO OU PROMOÇÃO DE AUTONOMIA?

Mayra Oliveira da Rocha Badaró, Lara Brum de Calais

Resumo


Este artigo discute as práticas dos Serviços de Acolhimento Institucional e seus impactos na vida dos adolescentes/jovens a partir da produção da reificação da exclusão ou promoção de autonomia. Os Serviços de Acolhimento Institucional têm como objetivo a proteção integral do público infantojuvenil. Esses serviços pertencem à Proteção Social de Alta Complexidade do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), sendo uma medida protetiva temporária para crianças e jovens em situação de violação de direitos e riscos pessoais e sociais. Apesar disso, muitas vezes tais serviços podem funcionar como dispositivos de afastamento das crianças e jovens de suas famílias, especialmente famílias pobres, principalmente, a partir da lógica de culpabilização da pobreza e de controle social, contribuindo assim para a manutenção da exclusão social, que vai muito além da falta de acessibilidade a serviços e bens sociais, pois envolve também o descaso com o sofrimento ético-político do ser humano. Por isso, cabe aos profissionais das Unidades de Acolhimento uma reflexão crítica acerca das suas práticas cotidianas, bem como sobre os impactos gerados nas vidas dos jovens acolhidos, que muitas vezes são colocados de maneira passiva e privativa a partir de um discurso de proteção e cuidado. Os Serviços de Acolhimento Institucional devem possuir uma prática assistencial e educativa-crítica que reconheça e fomente a potência da juventude institucionalizada, pois quanto maior for o protagonismo e a participação social dos jovens que vivem em acolhimento institucional, maior será sua autonomia para a vida.

Palavras-chave: Acolhimento Institucional. Autonomia. Exclusão Social. Juventude.

 


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