A MADONA DE CEDRO E AS IMAGENS GERAIS: LITERATURA E RELIGIOSIDADE

Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo destacar a relação entre Literatura e religiosidade no romance A madona de cedro (2014), de Antônio Callado, publicado em 1957, que permite pensar a imagem, dentre outras possibilidades, como ponto de partida para análise das marcas de um tempo e da cultura religiosa de um povo. Além disso, permite um olhar que caminhe da Literatura para a Teologia, auxiliando na compreensão da imaginária como convite à transcendência. Nesse sentido, o texto literário - que coloca em relevo as imagens da arte religiosa mineira - é palco para celebrar a cultura de Minas Gerais através de sua religiosidade, cultura e paisagem. Os elementos presentes na escrita de Callado parecem ratificar que a imagem, componente indispensável para a manifestação artístico-religiosa, carrega em si potencialidades e a possibilidade de propor uma experiência estética capaz de persuadir o seu observador e a transformá-lo. Dentro dessa perspectiva, cabe perguntar: a partir da abordagem calladiana sobre a imaginária mariana e da relação estabelecida entre Literatura e Religiosidade no texto literário, é admissível pensar as imagens artísticas como um dos caminhos que possa conectar o ser humano ao sagrado de modo a ressignificar os acontecimentos cotidianos? A fim de refletirmos sobre essas questões, nos valeremos das contribuições teóricas de diversos autores, dentre eles: Alfredo Bosi, Mircea Eliade, Antonio Geraldo Cantarela, Jean-Yves Leloup, Cláudio Pastro e José Ortega y Gasset. Palavras-chave: A madona de cedro;Antônio Callado;Imagem;Arte sacra;Arte religiosa