A PRODUÇÃO DO OURO NAS MINAS GERAIS DO SÉCULO XVIII NOS VERSOS DO ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA DE CECÍLIA MEIRELES

Resumo

Resumo:Neste trabalho de pesquisa, buscamos apresentar à comunidade acadêmica e à crítica literária especializada uma leitura da obra Romanceiro da Inconfidência, de autoria da poetisa carioca Cecília Meireles (2015), investigando a produção da autora enquanto meio de expressão das características presentes na Capitania das Minas Gerais do século XVIII, no que diz respeito à produção do ouro e de diamantes e à importância da mão de obra negra escravizada neste processo produtivo. A necessidade de mão de obra barata era importante nas atividades econômicas das colônias para o aumento do lucro da Coroa, o que resultou na exploração da força de trabalho dos escravizados como forma de atendimento aos interesses econômicos de Portugal. Na obra em questão, Cecília Meireles retrata não só o período de revolta dos colonos brasileiros contra o jugo português, por meio do movimento revolucionário conhecido como Inconfidência Mineira, mas considera, em determinadas passagens da referida obra, a presença do escravizado africano, elemento necessário à estrutura da sociedade produtiva da época. Nesse sentido, procuramos ainda identificar, a partir do corpus literário mencionado, além dos aspectos relacionados ao processo de produção do ouro e de diamantes, também o destaque que deve ser atribuído à identidade e à expertise dos africanos como elementos imprescindíveis para esse mister. Para tanto, a pesquisa se baseia nos aportes teóricos de autores como Maria Zaira Turki, José Ricardo de Figueiredo, Leonardo Paiva Fernandes, Denílson Albano Portácio, Tânia Maria Ferreira de Souza, Michel Foucault, Stuart Hall, Liana Reis, dentre outros, cujas contribuições teóricas foram de real importância para o desenvolvimento deste trabalho de dissertação.Palavras-chave:Cecília Meireles;Escravidão;Identidade;Produção do ouro;Romanceiro da Inconfidência