NA TESSITURA DE UM ROMANCE: MEMÓRIA, COTIDIANO E REPRESENTAÇÃO FEMININA EM ANTIGAMENTE, NO PORÃO

Resumo

Resumo:Este estudo busca identificar na obra Antigamente, no porão, da escritora Maria de Lourdes Abreu de Oliveira, elementos da cotidianidade e memorialísticos, associados à representação feminina. A arte poética dessa obra pluriestilística e polifônica motiva leituras críticas livres de imposição monodirecional. Para tanto, o procedimento crítico tende a recorrer a caminhos transdisciplinares por estabelecer interface epistemológica entre Literatura, História, Antropologia, Psicologia, ancorados na memória. Para fundamentação teórica, recorre a estudos como os de Luiza Lobo que teoriza sobre os momentos epifânicos, nas revelações que pontuam a trama; os de Maurice Halbwachs que apresenta a distinção entre a memória histórica e a coletiva. No que se refere à oposição passado/presente, conceitos de manipulação de tempo, de Jacques Le Goff apontam para possibilidades de leitura; em Claude Levi-Straus legitima-se a distinção entre passado e presente, condicionada à sociedade. A memória, sob o ponto de vista da dualidade voluntária e involuntária, encontra respaldo em Gilles Deleuze; por meio das lentes psicanalíticas, personagens são contempladas buscando-se as contribuições de Sigmund Freud. O estudo leva em consideração a fragilidade fronteiriça entre realidade e ficção e reconhece a atuação das personagens femininas como representação sígnica do contexto sóciocultural da obra.Palavras-chave:Feminino;Cotidiano;Representação;Memória