Fala que te Escuto

Ana Luiza Fernandes BARBOSA, Ana Luiza Fernandes CASTRO, Carla Maria Guimarães de ASSIS, Bruno Feital Barbosa MOTTA

Resumo


A disciplina de Estágio Específico Supervisionado II do Centro Universitário Academia apresenta o projeto “Fala Que Te Escuto” que tem como objetivo geral realizar a escuta psicológica, com base no referencial teórico psicanalítico, à pessoas em situação de rua e transeuntes, buscando o protagonismo em sua história de vida no território do Parque Halfeld de Juiz de Fora. O método de desenvolvimento do estágio se deu através de encontros de supervisão semanal, fundamentais para a orientação dos casos escutados. Além disso, as estagiárias, também puderam observar e ser orientadas pelo coletivo “Escuta Na Praça”, antes de iniciarem a própria prática no Parque Halfeld. Essa parceria com o coletivo possibilitou a apreensão de importantes questões sobre a atuação que seria realizada. Sabe-se que nesta área é importante a criação de um espaço acolhedor e de escuta cuidadosa do conteúdo subjetivo trazido pelo sujeito que ali se encontra, para entender as suas demandas e se necessário, realizar encaminhamentos. Deve-se observar a postura do sujeito, seus sinais e sintomas, seu conteúdo verbal e não verbal, para ainda, analisar o interesse do sujeito em acessar o projeto novamente. Sendo assim, durante a supervisão os alunos realizam leituras, dialogam sobre os casos escutados e analisam, junto ao supervisor, as possíveis pontuações ou intervenções sobre a queixa daquele sujeito em específico. Como resultado da execução do estágio, realizado através do referencial teórico psicanalítico, observamos queixas diversas, como, por exemplo, dificuldades em comportamento afetivo e relacionamento interpessoal, muitas vezes atreladas à condições de vulnerabilidade socioeconômica e uso de substâncias. Pudemos observar o atendimento psicológico funcionando como uma porta de entrada para ajudar o sujeito a falar sobre si e compreender sua demanda, pois estando disposto para compartilhar sua história, consegue-se entrar em contato com o seu inconsciente. Por isso, apresentamos como consideração final neste trabalho a relevância da realização de uma Psicologia mais acessível àqueles que, por condições diversas, como por exemplo, falta de

conhecimento dos espaços de acesso ao serviço ou renda, não conseguem atendimento psicológico para lidarem com o mal-estar cotidiano.

 

 

Palavras-chave: Escuta. Psicanálise. Rua.


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