A AMAMENTAÇÃO EM MÃES QUE CONVIVEM COM O HIV: O EXPERIENCIAR DAS MATERNIDADES

Larissa Dalamura, Ana Valéria Kempff, Anita César Moreira, Flávia Azevedo, Thaís de Lemos, Hilla Martins

Resumo


O presente estudo tem como objetivo analisar a impossibilidade de
amamentação por mães que convivem com o HIV e os impactos psicológicos dela
decorrente. Assim, busca-se entender, através da lente psicanalítica, sobretudo por
meio da Teoria winnicottiana do amadurecimento psíquico, como o não-aleitamento
materno, indicado pelos profissionais da saúde em razão da contaminação vertical,
pode afetar o vínculo mãe e bebê e/ou levar à necessidade de ressignificação da
maternidade. A pesquisa pretende ainda propor práticas psicológicas que possam
favorecer uma assistência integral e humanizada. A metodologia contemplou a
pesquisa de campo, de abordagem qualitativa, realizada por meio de entrevistas
aplicadas às mães e aos profissionais de saúde. Os dados coletados foram
interpretados através da Análise do Discurso. Os resultados apontam para a presença
de sofrimento psíquico nas mães que convivem com o vírus HIV por não poderem
amamentar, pela culpa em privarem seus filhos da amamentação, pelo medo da
transmissão do vírus, pelo estigma do diagnóstico e pela falta de suporte social. Além
disso, constatou-se que a pasteurização do leite, medida possível conforme a Portaria
Nº 2.415/1996 e que preservaria a possibilidade do bebê ser alimentado com o leite
da própria mãe, ainda não é uma realidade no sistema de saúde brasileiro. Diante
disso, verifica-se que, embora haja sofrimento psíquico, a maior parte das mães
conseguiu ressignificar a maternidade e construir vínculos suficientemente bons com
seus filhos.

Palavras-chave: Aleitamento materno. HIV. Maternidade. Psicanálise.


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