As contribuições de Josué de Castro para a compreensão da questão alimentar no Brasil

Resumo

Uma das formas de projetar o futuro, é estudar o pensamento e a ação de homens públicos, políticos e cientistas que dedicaram a vida buscando alcançar o bem estar coletivo. Neste contexto, destaca-se Josué de Castro, um homem que abrange essas três características e princípios que conectam e marcam a sua passagem pela vida, ligando-o ao tempo e ao espaço. Procurou projetar a sociedade que esperava ver se formar, se constituir, na qual a preocupação com o domínio do econômico fosse substituída pela preocupação com o social, com o bem-estar da humanidade. No livro “Geografia da Fome, o dilema brasileiro: pão ou aço” (2004), Josué de Castro elucidou e denunciou a mazela social da fome. Criticou o capitalismo, cujo clímax é a fome, configurada pela má e escassa alimentação. Suas pesquisas alertam sobre o processo de configuração da questão alimentar no cenário da época e no atual: o privilégio do latifúndio e a opção pelo produto estrangeiro em detrimento da agricultura familiar e nacional, produzindo miséria e desespero a uma parcela significativa da população brasileira. Através da obra “Geografia da Fome” (2004) e diferentes outras publicações e documentários, o Grupo de Estudos teve a possibilidade de compreender, discutir e escrever sobre a questão alimentar no Brasil, numa perspectiva geoeconômica, política e cultural. Dessa forma, o Grupo foi levado a refletir sobre um tema que assola o país há décadas e se sensibilizou com as importantes contribuições de Josué de Castro, constatando que a Gastronomia pode e deve exercer um papel social nesse cenário secular de contínuo agravamento.

Palavras-chave: Fome. Miséria. Povo brasileiro. Segurança. Questão alimentar.