MONGÓLIA E O JOGO NARRATIVO DE BERNARDO CARVALHO

Maria Andréia de Paula SILVA

Resumo


Sustentado na análise de Mongólia, de Bernardo Carvalho, o presente artigo busca a apreciação de um aspecto do livro do autor contemporâneo cuja obra tem se notabilizado por apresentar personagens em intensa busca interpretativa e que, por isso, simulam o próprio ato de construção de sentido da leitura. Parte-se da hipótese de que, na obra em tela, ao construir a narrativa por meio de três narradores diferentes, o texto permite visualizar os tipos de narradores delineados por Walter Benjamin no ensaio O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov (1936) e aprofundados por Silviano Santiago em outro ensaio O narrador pós-moderno (1987), tornando-se uma reflexão sobre a própria necessidade de contar e escrever enquanto possibilidade de dar sentido aos fatos e aos destinos individuais. Ao encenar literariamente as aproximações e distanciamentos entre os três tipos de narradores, Bernardo Carvalho toma a literatura como um território possível de reflexão crítica.


Palavras-chave: Literatura Brasileira. Bernardo Carvalho. Mongólia.


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