A ESPACIALIDADE DO GRANDE SERTÃO ROSIANO: MARGENS E VEREDAS PARA A INVESTIGAÇÃO DA MATÉRIA VERTENTE

Jean Felipe de ASSIS

Resumo


O espaço do sertão Rosiano somente pode ser entendido pelo leitor por meio da linguagem criada pelo autor e perpetrada pela fala de Riobaldo. A espacialidade internalizada pela experiência é re-significada pela memória e expressa por meio de inúmeras relações entre o espaço físico, o espaço vivido e o espaço recordado. A vivência do espaço-sertão, o seu rememorar e o buscar do profundo nos acontecimentos são mediados por considerações físicas a respeito do espaço por meio da memória e dos sentimentos. As sobreposições de perspectivas e de categorias sobre os modos de apresentar e estudar as ideias de espaço permitem a construção mitopoética rosiana em que a linguagem transforma o mundo por se interessar pelas experiências genuínas em que o maravilhamento se apresenta ao ser humano em seu mundo da vida; neste caso, o sertão inventado por Guimarães e contado por Riobaldo. O espaço no sertão e o espaço do sertão são entrecortados por elementos reais, mágicos, políticos, lúdicos, lógicos, lendários, mnemônicos, místicos e míticos. Resta ao  leitor viver perigosamente nos entrecortes dos inúmeros horizontes propostos no contar de Riobaldo; entre-cortes são apresentados o espaço e o sertão na verossimilhança do narrar e no ato da leitura.


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