TRADIÇÃO E VANGUARDA NA POESIA DE GILBERTO MENDONÇA TELES

Resumo

Este trabalho visa a detectar o novo e o velho na poesia de Gilberto Mendonça Teles, como resgate e memória, uma vez que o poeta usa a poesia em sua essência e sua legítima prerrogativa de porta-voz da modernidade, como se o rememorado e o percebido aparecessem na representação do imaginário. Objetivou-se, por conseguinte, pela análise de seus poemas, ressaltar a presença da imagem velha no contexto
poético da imagem nova. Nas suas obras pôde-se ver um poeta voltado para sua ancestralidade, sua reconversão no tempo, recolhendo, com parcimônia, da tradição oral suas marcas, mas dos jogos de linguagem todos os lances, da memória todo o seu potencial. Para alcançar a plena estesia no seu canto, utiliza-se de tudo o que a linguagem poética permite: é, ao mesmo tempo, parnasiano, simbolista, romântico, modernista e contemporâneo. Para esta dissertação, na busca de deslindar a construção poética de Gilberto Mendonça Teles, tomaram
como embasamento teórico as obras de autores consagrados: José Fernandes, Octávio Paz, Joaquim Inojosa, Jayme Paviani, José Guilherme Merquior, Dulce Maria Viana, Ezra Pound, Alfredo Bosi, além de outros. Deste trabalho resultou a certeza de que a poesia de Gilberto é viva e sedutora, num diálogo permanente com o universo das possibilidades da palavra. Além disso, procura mostrar que desde o início os seus poemas
aparecem vivos pela realização através das palavras. Gilberto é poeta transparente no seu modo de viver a poesia, de encara-la como fundamental para a continuidade de seus sonhos e da própria vida.