A CAOSMOGONIA DO AMOR EM CLARICE LISPECTOR

Telma Borges

Resumo


A obra de Clarice Lispector destaca-se pela densidade psicológica, que exige uma maneira singular de narrar. Álvaro Lins aproxima sua narrativa da de James Joyce e da de Virgínia Woolf. Antonio Candido, ao ler a narrativa de estréia de Clarice - Perto do coração selvagem -, a despeito de ali assinalar algumas irregularidades, emparelha-a com Macunaíma, de Mário de Andrade, e com Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade, dois importantes “violadores da rotina literária”. Essa tentativa de levar a língua a domínios inesperados é marca fundamental na obra dessa escritora. Este ensaio tem por objetivo realizar uma análise do conto “O Amor”, inserido na coletânea de contos intitulada Laços de família, a fim de evidenciar os imponderáveis limites entre o caos e o cosmo na vida de Ana, dona de casa que vê seu cotidiano quase se desintegrar ao presenciar, no ponto do bonde,um cego a mascar chicles.

Palavras-chave: Amor; Caos; Cosmo; Cego; Cotidiano.


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