O IRMÃO ALEMÃO: ENTRE A AUTOBIOGRAFIA E A FICÇÃO

Gabriel da Cunha PEREIRA

Resumo


A partir da leitura da obra O irmão alemão, de Chico Buarque, esse artigo tem três objetivos principais: em primeiro lugar, discutir os limites entre a autobiografia e a autoficção, para chegar à conclusão de que a diferença entre os dois gêneros se dá através do pacto estabelecido entre o autor e o leitor, uma vez que na autobiografia está presente um pacto de verdade que inexiste na autoficção. Portanto, uma vez que o leitor ou o autor não firmem o pacto de verdade, o texto deixaria de constituir-se como uma autobiografia e passaria a ser lido como autoficção. Em segundo lugar, indicar que a discussão sobre os gêneros literários ainda se faz relevante na contemporaneidade quando inserida a partir da perspectiva dos Estudos Culturais.E finalmente, demonstrar o modo como o Irmão alemão atualiza os conceitos aristotélicos de mimesis e verossimilhança, levando-os para o debate pós-moderno que põe em xeque os valores de verdade e entende também o real como narrativa ficcional.

Palavas-chave: Autobiografia. Autoficção. Chico Buarque.


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