INTERTEXTUALIDADE EM EL SIGLO DE LAS LUCES: DIÁLOGOS ENTRE CARPENTIER E GOYA

Maria Stella Galvão SANTOS

Resumo


A presença de outras vozes em um romance é uma característica da Nova Novela Histórica (NNH), conforme Menton (1993). Em El siglo de las luces (1962), do escritor cubano Alejo Carpentier, as vozes externas que se fazem ouvir promovem um importante e instigante diálogo entre literatura e artes plásticas. A existência desse diálogo no interior de um romance surge no âmbito da teoria literária de Mikhail Bakhtin, que usa os termos dialogia e ambivalência para tratar das camadas que vão se superpondo na feitura de uma obra literária. Este processo dialógico no romance pode ser lido do ponto de vista da intertextualidade, termo proposto por Julia Kristeva (1981). A intertextualidade mais potente neste romance é a que Carpentier estabelece com a série Los desastres de la guerra (1810-1815), do pintor e gravurista espanhol Goya. O escritor colhe do artista a dimensão escrita de suas gravuras, utilizando-as ao longo da narrativa para fazer um contraponto imaginário com os contextos e situações vividas pelos personagens.

Palavras-chave: Intertextualidade. El siglo de las luces. Carpentier. Goya.


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