O FORA NAS LINHAS DA TERCEIRA MARGEM DO RIO

André Monteiro Guimarães Dias PIRES, Sávio Damato MENDES

Resumo


Da diversidade do universo Roseano destacamos um pequeno conto: A Terceira Margem do Rio. O que buscamos nele é uma "substância” incomum, seu Fora. Sobre este ponto, o Fora, nos referimos ao pensamento de Deleuze no que diz respeito à criação de uma máquina literária potente. Pretendemos adentrar à noção de Fora, como o propôs Deleuze, penetrando em seu mecanismo à medida que refletimos sobre as particularidade do conto propostos e, em especial, das estratégias utilizadas por Rosa para manipular a linguagem de tal forma a fazer o idioma transbordar sobre si, delirar, desterritorializar-se, multiplicando-se em possibilidades e devires, o que é uma característica própria do que Roland Barthes chama de texto escrevível. Ao final, resumimos cinco estratégias de ruptura e dispersão rizomática identificadas no conto: a primeira relacionada ao tratamento dado à linguagem; a segunda à ruptura do sistema familiar e social; a terceira à multiplicação de questionamentos gerados pelo impensado da decisão do pai; a quarta, chamado de “Máquina interrogativa”, relacionada à criação do próprio lugar para onde vai o canoeiro, ligado ao título do conto; a quinta, e última, que chamamos “Final em Aberto”, é o que o próprio nome diz, uma forma encontrada para não terminar, para abrir a obra estendendo o seu fim. Por último, concluímos com as reflexões finais sobre o conceito de Fora aplicado à literatura.

Palavras-chave: Terceira Margem. Fora. Deleuze. Desterritorialização. Rizoma.


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