DUAS PROFESSORAS MUITO MALUQUINHAS: A REPRESENTAÇÃO DA DOCÊNCIA EM ZIRALDO E LYGIA BOJUNGA

Elisa Augusta Lopes COSTA

Resumo


A literatura alimenta-se da realidade para elaborar personagens e enredos, podendo também projetar modelos de comportamentos e ideias a partir da representação dos papéis sociais veiculados pelos personagens. Dentre esses papéis faz-se presente a figura da mulher professora, veiculando imagens e representações que circulam ou poderiam circular na sociedade, ajudando a compor o que poderia ser visto como um ideal de docente. Assim sendo, o presente artigo tem por objetivo discorrer sobre a representação da docência em duas obras da literatura infantojuvenil, a saber: Uma professora muito maluquinha (1995), de Ziraldo Alves Pinto e A casa da Madrinha (1978), de Lygia Bojunga. O interesse é verificar as diferentes formas de representação elaboradas pelos autores, com base nos pressupostos da crítica feminista, a partir de pesquisadores como: Schwantes (2003), Zolin (1999) e Dalcastagnè (2005). A escolha das obras deve-se, em primeiro lugar, ao fato de que as personagens analisadas lecionam para o primeiro segmento do ensino fundamental, o que torna possível estabelecer um paralelo entre suas formas de trabalho. Em segundo lugar, por tratar-se de construções de autoria masculina e feminina, o que permite observar se existem diferenças na representação docente feita a partir da visão de um homem e de uma mulher. Para alcançar o objetivo, primeiramente aborda-se a questão da literatura infantojuvenil como componente de formação da personalidade. Seguem-se aspectos biográficos dos autores, descrição das obras e das personagens a serem analisadas, conceituação sobre representação e, por fim, a análise da representação efetivada pelas personagens docentes das duas obras. A conclusão aponta para diferenças significativas na construção das duas personagens, demonstrando que as visões de mundo masculinas e femininas resultam em representações diferentes.

 Palavras-chave: Literatura infantojuvenil. Crítica feminista. Representação docente.


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