A NARRATIVA DIPLOMÁTICA EM MEMORIAL DE AIRES, DE MACHADO DE ASSIS: ALGUMAS REFLEXÕES
Resumo
Em 1908, Machado de Assis publica seu último romance, Memorial de Aires, livro que destaca a figura do conselheiro Aires, personagem apresentada ao leitor machadiano em Esaú e Jacó (1904). No romance de 1908, é possível observar como a narração do conselheiro Aires incorpora seu papel social de diplomata, criando uma narrativa diplomática (e reveladora). Ao optar conscientemente por uma narração diplomática (que media ações e fatos), Aires acaba por ressaltar elementos que gostaria de atenuar e, portanto, desmascara suas personagens como a si mesmo, dando continuidade à tradição do desmascaramento empreendido por seus principais narradores, particularmente por Brás Cubas, de Memórias póstumas (1881). Tem-se, no Memorial de Aires, uma particularidade, no entanto, relativa ao modo como se dá o desmascaramento, que, ao contrário de Brás Cubas, se faz por meio da atenuação. Assim, se Brás Cubas é o narrador machadiano que tenciona desmascarar, mascarando; Aires pode ser lido como um narrador que, assumindo prontamente seu papel social de diplomata, mascara desmascarando.
Palavras-chave: Narrativa diplomática. Papel social. Construção do narrador. Romance. Personagem.
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