SOBRE O RIO E SUAS MARGENS: UMA LEITURA DE "MORTE E VIDA SEVERINA"

Josmara Vieira dos Reis PEROBELLI, Altamir Celio de ANDRADE

Resumo


O presente artigo tem por objetivo examinar a presença do rio no poema Morte e vida severina: auto de Natal pernambucano (1954-1955), de João Cabral de Melo Neto. As questões da morte e da vida, presentes no poema, são elementos que perpassam a condição humana, levando necessariamente a indagações de ordem existencial desde os primórdios da humanidade. A morte e a vida ecoam no poema através do personagem Severino, que é um símbolo da dura realidade vivida por homens e mulheres habitantes do sertão nordestino. Examinaremos a importância dos rios para a sobrevivência dos povos, destacando os rios Nilo, Ganges, Amazonas e o Capibaribe, que é a fonte de inspiração para o autor João Cabral. O rio Capibaribe é um elemento participante da narrativa do poema e simboliza vida em determinadas situações e morte em outras. O rio é vida severina, e Severino, como ele, vai, tendo-o como seu guia durante a sua trajetória. Serão buscados elementos que colaborem para um artigo ancorado na obra literária de João Cabral e na percepção do seu pensamento como motivo para se pensar o ser humano em todos os tempos e lugares, particularmente no mundo contemporâneo.

Palavras-chave: Rio. Morte. Vida. João Cabral de Melo Neto.


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