A MELANCOLIA À RODA DAS CORRESPONDÊNCIAS DE ÁLVARES DE AZEVEDO E ANA C.

Mônica Gomes da SILVA

Resumo


Este artigo busca estabelecer uma leitura comparada entre dois missivistas notáveis na epistolografia brasileira, como são o ultrarromântico Manuel Antônio Álvares de Azevedo e a “marginal especial” Ana Cristina César. Justifica-se a escolha desses correspondentes, seja pela possível contribuição aos estudos literários, ao refletir sobre as questões estéticas referentes aos momentos das trocas epistolares, seja pela expressão adotada em tais textos, em perpétuo diálogo com as produções ficcionais de cada escritor. Apesar da distância temporal e dos diferentes contextos de produção, é possível apontar similaridades entre os poetas no que diz respeito à postura melancólica diante da vida e da arte, alvo de apreciação no espaço da correspondência. Para subsidiar a análise das cartas selecionadas, utilizam-se os trabalhos de Haroche-Bouzinac (2016), Tzvetan Todorov (2014) e Jean Starobinski (2016), que abordam o gênero carta e a melancolia, respectivamente. São revisados, também, aspectos particulares da produção de cada autor através dos estudos de Marlene de Castro Correia (2013) e Armando Freitas Filho (1999), entre outros. Por fim, espera-se demonstrar, dentre os tantos traços que unem os missivistas, como uma linguagem prosaica, enganadoramente simples, expressa o canto angustiado perante a dificuldade de conciliar vida e arte.

 Palavras-chave: Álvares de Azevedo, Ana Cristina César, Carta, Melancolia.


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