CORPO E PERFORMANCE CONSTRUÍDOS NA ALTERIDADE: ESTUDO DOS CONTOS INÉDITOS DE MARIA DE LOURDES ABREU DE OLIVEIRA

Resumo

O estudo de textos literários oportuniza uma abordagem crítica sobre o comportamento humano em um determinado contexto social. O objetivo deste texto é compreender como a narrativa da autora Maria de Lourdes Abreu de Oliveira (1934-) enuncia um corpo feminino construído socialmente e problematiza a morte como uma possibilidade de libertação a partir de seus contos manuscritos e inéditos: As duas faces e Suicídio. O embasamento teórico deste estudo fundamenta-se, principalmente, nas considerações de Zygmunt Bauman, Michael Foucault, Elódia Xavier, Kathyn Woodward, Judith Butler, além de outros teóricos que dialogam com o tema em questão. Como um dos resultados do diálogo entre os dois textos citados, percebe-se que a alteridade presente nos contos está no corpo feminino do outro e, também, no corpo familiar. No que se refere à inércia do corpo performático como representação da morte não concretizada, em ambos os textos, busca-se compreender que, mesmo inertes, os corpos ainda não estariam libertos de um julgamento social. O artigo será dividido em duas partes: Corpo e vida e Corpo e morte. A primeira se aterá ao corpo feminino como uma construção simbólica da sociedade, fundamentada na representatividade das personagens principais dos contos, bem como a interferência do outro na vida das mesmas para a construção da identidade. A segunda parte problematizará a morte como possibilidade de libertação e o corpo como representação da matéria que carrega as marcas da condição social vivida pela adolescente Irene do conto As duas faces e pela mulher Claudelis do conto Suicídio.

Palavras-chave: Corpo e performance. Manuscrito literário. Conto. Maria de Lourdes Abreu de Oliveira.