MARIA FIRMINA DOS REIS E LUIZ GAMA: PRECURSORES DA LITERATURA NEGRA

Shirley FERREIRA, Anderson Pires da SILVA

Resumo


Este artigo apresenta e discute a importância dos livros Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis, e Trovas Burlescas de Getulino (1859), de Luiz Gama, para a configuração da Literatura Negra Brasileira. Esses escritores são considerados precursores desse veio literário que só se consolidaria, de fato, no final do século XX, diante do surgimento de leitores e pesquisadores negros. Os autores têm em comum o ativismo político abolicionista, mas discutiam o sistema escravista por diferentes flancos, devido às suas trajetórias e experiências pessoais. As duas obras analisadas, que abordam os dramas da escravidão, são marcadas por um discurso crítico e acusador do sistema socioeconômico do Brasil no século XIX, e particularmente de todos aqueles que se beneficiavam da exploração da mão de obra escrava, o que ia contra os cânones literários que prestigiavam a ideologia europeia. Para demonstrar tais características, procedemos a uma análise de trechos das duas obras e recorremos, também, às reflexões de alguns teóricos contemporâneos, como Lobo (1993), Duarte (2009) e Evaristo (2011), entre outros, para embasar nossa argumentação.

 Palavras-chave: Romantismo. Romance brasileiro. Precursores. Literatura Negra.


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