TERRITÓRIOS DO SABER E DECOLONIZAÇÃO DE IDENTIDADES QUE ATRAVESSAM FRONTEIRAS: APROXIMAÇÕES ENTRE CHRYSTOS E MARCIA WAYNA KAMBEBA
Resumo
As literaturas indígenas contemporâneas são espaços de (r)existência e (re)criação de mundos possíveis, sendo lugares utópicos (de sobrevivência) e espaço de confluência de vozes silenciadas pela ruptura histórica provocada pelos mais de 500 anos de colonialidade (GRAÚNA, 2013, p. 15). Nesse sentido, escritoras indígenas como Eliane Potiguara, Graça Graúna, Marcia Wayna Kambeba, Janet Campbell Hale, Larissa Behrendt, Chrystos, entre outras autoras de peso, são mulheres que se colocam como agentes de mudança de um fazer literário, no qual deixam de ser objetos e personagens de enredos ou metáforas e matérias para críticas sociais, e passam a ser agentes na produção de uma literatura onde a voz dos povos originários conte suas próprias histórias e denunciem seus silenciamentos. Além disso, as narrativas indígenas abrem caminhos para lidar com as subjetividades hifenizadas, forjadas no entrelugar, os desdobramentos das suas relações com não-nativos e os muitos reflexos da colonialidade. Com uma abordagem comparatista e pelo viés dos estudos culturais e decoloniais, este trabalho se propõe a desdobrar novas cartografias do pertencimento, hibridismo e outramento na escrita de Marcia Wayna Kambeba, através de poemas selecionados de sua obra Ay Kakyri Tama - Eu moro na cidade (KAMBEBA, 2013) e os poemas “They're Always Telling Me I'm Too Angry” (1995, p. 44-49), “Why Indian Unemployment is So High” (1995, p. 89-91, ênfase da autora) e “He Saw” (2002, p. 16-17), de Chrystos.
Palavras-chave: Literaturas indígenas. Autoetnografias. Pertencimento. Ruptura. Povos Originários.
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