CHICO BUARQUE E JÚLIO CORTÁZAR: UM OLHAR SOBRE A QUESTÃO DO INSÓLITO E DO DUPLO

Maria de Lourdes Abreu de Oliveira

Resumo


Este estudo trata de uma reflexão sobre o insólito na narrativa ficcional de Chico Buarque, brasileiro, e Júlio Cortázar, argentino. Tomando como ponto de partida o livro Budapeste, de Chico Buarque, far-se-á uma leitura comparativa com o conto “Os axolotes”, de Júlio Cortázar, considerando-se a questão do duplo, tema clássico na literatura ocidental desde que a problemática da identidade passou a ocupar o centro das preocupações humanas, como um intrincado enigma a ser solucionado. A fascinação pelo outro, a divisão do ser entre dois mundos é profundamente marcada nos textos escolhidos. Enquanto em Budapeste a personagem de Chico Buarque é observadora de si própria e de seus delírios; a divisão da personalidade, da hesitação entre o eu e o outro, tomando como tema a antropomorfização, será explorada no conto de Cortázar, onde o narrador-protagonista passa de sujeito da observação a objeto.

 Palavras-chave: Budapeste. Chico Buarque. Axolotes. Cortázar. O duplo.


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