RESENHA DO LIVRO LACAN, O INCONSCIENTE REINVENTADO

Gabriel Aquino Nascimento Gabeira, Regina Coeli Aguiar Castelo Prudente

Resumo


“O inconsciente é por certo coisa bem complexa”, conclui Colette Soler (2012, p. 223) em um dos capítulos finais deste livro que é movido por muitas perguntas, sendo uma delas “O que é isso?” que os psicanalistas não deveriam se furtar a perguntar diante do inconsciente. Psicanalista francesa que se analisou com Jacques Lacan e membro da antiga École Freudienne de Paris (dissolvida em 1980), Soler é hoje uma das grandes herdeiras do pensamento de Lacan e figura ativa na disputa pela interpretação, transmissão e institucionalização (através da Escola, no caso, a Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano) do exercício da psicanálise lacaniana. Teriam suas expectativas frustradas aqueles que procurassem na escrita de Soler (2012, p. 12) um “[...] estilo sempre sistematicamente didático [...]”, à moda de Freud (2006) em 1915 defendendo sua “hipótese” sobre o que é o inconsciente. Vemos no estilo da autora algo que remete ao movimento de Lacan, como explicitado por ela: “Em Lacan, ao contrário, elas [as dificuldades de leitura] estão na superfície, ao passo que a lógica de seus sucessivos passos permanece implícita.” (SOLER, 2012, p. 12). É no espírito desta renovação lacaniana na psicanálise, renovação que buscou se apropriar das contribuições da linguística, da antropologia estrutural e das novas epistemologias surgidas na França do século XX para fundamentar a via aberta por Sigmund Freud, que Soler norteia sua transmissão.

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Referências


https://doi.org/10.5281/zenodo.13886196


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ISSN 2448-3443