O FENÔMENO CONTRATRANSFERENCIAL E O MÉTODO ESTHER-BICK NA FORMAÇÃO DO ANALISTA: ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA

Rodrigo Bandeira de Oliveira e Silva, Luiz André Ferraz Carneiro, Anna Costa Pinto Ribeiro

Resumo


O presente relato visa, por meio da articulação entre uma pesquisa bibliográfico-exploratória e a experiência de um Estágio Básico Supervisionado I, do Centro Universitário Academia, dissertar sobre a questão da contratransferência e a extrema relevância de o analista em formação compreendê-la. O estágio em questão foi realizado no primeiro semestre de 2020, e teve como objetivo a observação de díades cuidador-bebê em ambientes naturalísticos diversos; mais especificamente, buscou-se atentar para os sentimentos do discente ao realizar esse ato. Para a produção do relato, primeiramente foi realizada uma pesquisa com o intuito de compreender teoricamente o conceito de contratransferência: utilizando-se das contribuições de Sigmund Freud e Melanie Klein. A partir destes autores, define-se este conceito como um problema para a correta condução da prática clínica. Em um segundo momento, apresentou-se o Método Esther-Bick como uma poderosa ferramenta, precisamente, para o contato do estudante com as suas manifestações contratransferenciais. Em relação a este, é necessária a observação de que a contingência pandêmica modificou as condições de realização do método; isso, porém, de forma alguma invalida a proveitosa experiência explicitada. Compreende-se que o Método Esther-Bick foi a metodologia para a efetivação de parte da proposta do Estágio Básico Supervisionado I, da grade curricular do curso de Psicologia do Centro Universitário Uniacademia As conclusões atingidas dizem respeito, majoritariamente, à contratransferência e à experiência da mesma como um fator que deve ser evitado na prática clínica em psicanálise. Por outro lado, referencia-se o fato de que a contratransferência é um instrumento de autoconhecimento que pode e deve ser aprofundado pelo psicoterapeuta, seja na própria análise ou em auto-análises esclarecedoras. Enfim, destaca-se a relevância da adoção da postura passiva e não-interventiva que o método Esther-Bick exige, bem como se reflete a respeito do incômodo experimentado nesta situação.


Palavras-chave: Contratransferência. Método Esther-Bick. Formação do analista.


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ISSN 2448-3443