FRAGMENTAÇÃO IDENTITÁRIA EM A ASA ESQUERDA DO ANJO, DE LYA LUFT

Maria Aparecida Nogueira Schimitt, Francine Nogueira Schimitt

Resumo


Elaborar um estudo sobre a dor do não pertencimento do indivíduo, decorrente da experiência do exílio e do alcance dos efeitos da cultura hegemônica do colonizador, situações simbolicamente apresentadas na trama de A asa esquerda do anjo, romance de Lya Luft, constitui o escopo deste trabalho. Nessa obra, a narradora-protagonista, Gisela, e sua avó, a matriarca Frau Wolf, caracterizam-se como polos opostos da violência simbólica. Se por um lado Gisela é marcada pela imposição hegemônica de uma cultura alheia à sua, por outro lado a avó representa o papel do opressor, ancorando-se nas suas origens alemãs e procurando fazer de seu núcleo familiar uma Alemanha no território brasileiro. O vigor da tradição que nutre o sentimento de nacionalismo da avó o transforma em uma força opressora. Em Frau Wolf fica estabelecida a dialética colonizador/colonizado que acaba por causar o aniquilamento sociocultural do colonizado e, por conseguinte, a  sua descivilização.  À luz dos estudos de Aimé Césaire, Édouard Glissant, Stuart Hall, Edward Said e Jacques Derrida são abordados temas norteadores para a análise desse processo de aniquilamento de uma cultura por outra e de suas consequências.

Palavras-chave: Exílio. Colonizador. Colonizado. Identidade. Descivilização. 


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