COMPULSÃO À REPETIÇÃO: POR QUE INSISTIMOS EM REPETIR SITUAÇÕES QUE NOS LEVAM AO SOFRIMENTO?
Resumo
Este artigo busca contemplar, a partir de uma revisão de literatura, o conceito psicanalítico de compulsão à repetição sob o vislumbre do percurso teórico de Freud, atravessando a dimensão clínica de atuação (acting out) enquanto resistência à recordação dos eventos traumáticos e a ulterior concepção metapsicológica de pulsão de morte. O foco recai sobre a experiência de dor repetitiva e desprovida de significado, que leva o sujeito a adotar pensamentos mágicos ou a enxergar um determinismo inevitável em sua vida, na tentativa de enfrentar o sofrimento. As contribuições lacanianas sobre o conceito de repetição foram acrescentadas ao presente estudo no que se refere à interpretação da física aristotélica de tiquê e autômaton e pela noção de gozo. Posteriormente foi descrito o desdobramento do trabalho psicanalítico na direção de cura do conteúdo que se repete e que, de forma paradoxal, gera desprazer. Entendendo que aquilo que não é assimilado no aparelho psíquico ou possibilitado de recordação reincide sob formas de atuação na transferência clínica, o trabalho psicanalítico abre prenúncio para mudanças. Através do discurso e sua função simbólica, a psicanálise viabiliza ao sujeito nomear a experiência afetiva que antes não tinha representação.
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