PSICANÁLISE, A ESCUTA DA MULHER E O DIÁLOGO COM O FEMINISMO

Francislaine Mendonça Avila, Regina Coeli Aguiar Castelo Prudente

Resumo


Freud foi um dos pioneiros em dar voz às mulheres através da escuta psicanalítica em seus atendimentos, especialmente em um contexto social onde a voz feminina era frequentemente silenciada ou desvalorizada. Ao tratar mulheres com sintomas de histeria, Freud permitiu que elas expressassem suas experiências, medos, angústias e desejos, trazendo à tona aspectos profundos de suas subjetividades. No entanto, as interpretações de Freud, como as teorias da “inveja do pênis” e do complexo de Édipo, muitas vezes geraram questionamentos posteriores, muito embora essas teorias tenham fornecido um ponto de partida para a compreensão das dinâmicas psicológicas femininas, elas também foram vistas por muitas teóricas feministas como limitadas e, em alguns aspectos, redutoras. Desse modo, o presente estudo, através de pesquisa bibliográfica, tem o objetivo de abordar a complexa relação entre a mulher e a psicanálise, analisando as contribuições de Freud e o impacto do feminismo sobre a teoria formulada segundo Freud. No mesmo sentido, pretende-se explorar, ainda, o papel da histeria na psicanálise, discutindo a queixa histérica e como ela expressa desejos reprimidos, tanto para Freud quanto para Lacan. Como principais resultados destaca-se o fato de que Freud deu voz às mulheres através de sua escuta.  Pode-se concluir que Freud e Lacan apontam que o sintoma histérico expressa conflitos inconscientes e desejos reprimidos. O desejo de insatisfação se torna uma característica central da histeria, mantendo o sujeito em um ciclo contínuo de frustração. Freud promove o estudo da psique feminina e Lacan traz posteriormente uma nova perspectiva sobre a feminilidade.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.