O TRAUMA E A DESESTRUTURAÇÃO PSÍQUICA: UM OLHAR FREUDIANO E KLEINIANO

Gabriela Carrano Lelis, Bruno Quintino de Oliveira

Resumo


O artigo explora a teoria da dualidade pulsional, relacionando-a ao funcionamento das pulsões no acontecimento traumático, com o objetivo de analisar seus possíveis desdobramentos no processo de desintegração da estrutura psíquica. Para isso, o estudo aborda a dimensão psíquica conflitiva, na qual os mecanismos de defesa do Eu, que atuam sobre estímulos externos, podem ser acionados a se proteger do fluxo pulsional do próprio interior, inundado por excitações, com o objetivo de dominar esses estímulos e estabelecer ligações com o psiquismo. A pesquisa é qualitativa e de caráter exploratório, desenvolvida por meio de revisão de literatura circunscrita na teoria psicanalítica. A revisão incluiu tanto textos clássicos da psicanálise, como os de Sigmund Freud e Melanie Klein, quanto seus sucessores no delinear dessa construção teórica. Por fim, este trabalho permitiu um aprofundamento na compreensão dos impactos da irrupção pulsional e dos mecanismos de defesa que se apresentam no contexto do trauma. Com isso, tornou-se evidente que mecanismos como a cisão e a identificação projetiva, apesar de utilizados para a preservação da integridade e subjetivação do sujeito, resultam em consequências por vezes graves, tal qual a desestruturação do Eu. Isso porque as circunstâncias desfavoráveis em que inicialmente se encontra, sem preparo psíquico suficiente, favorecem a atuação dessas defesas consideradas arcaicas

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