FATORES DETERMINANTES NA BAIXA TOLERÂNCIA À FRUSTRAÇÃO EM CRIANÇAS NA ATUALIDADE
Resumo
A tolerância à frustração é uma habilidade fundamental, adquirida ainda nos primeiros anos de vida, mediante o desenvolvimento psicossocial infantil, que busca conciliar os desejos inconscientes de cada indivíduo com as restrições impostas pela realidade, visto que essas demandas são, em sua maioria, incompatíveis com as normas sociais que regem o mundo externo. Esse trabalho conduz o sujeito, invariavelmente, a situações em que a frustração é iminente e é necessário que ele consiga suportar esse desprazer em prol de uma convivência em comunidade. Todavia, observa-se, atualmente, uma dificuldade em relação a esse limiar de tolerância nas crianças frente a situações frustradoras, denunciadas pela dificuldade na autorregulação emocional, levantando questionamentos acerca dos fatores que interferem na formação dessa capacidade. Esse trabalho se propõe a compreender, sob a ótica da Psicanálise, tanto sobre o processo do desenvolvimento infantil, no qual essa habilidade é adquirida, quanto a respeito dos cuidados parentais dispensados nesse período, que constituem o pano de fundo que permite o alvorecer dessa habilidade. Observa-se que influências culturais e contemporâneas vêm condicionando as práticas familiares no processo educativo, caracterizando um fenômeno denominado como “fragilização das funções parentais”, que consiste na dificuldade dos cuidadores em representar figuras consistentes que impõem disciplina, estabelecem limites e transmitem o “não”. O resultado é uma baixa capacidade de tolerar a frustração, expressa com comportamentos agressivos, frente a essa impossibilidade de os pais conterem os impulsos e os instintos dos filhos e o excessivo uso da tecnologia como instrumento apaziguador desses comportamentos conflituosos.
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