“O EU NÃO É SENHOR NO PRÓPRIO PERFIL”: COMO O USO DE TECNOLOGIAS INFLUENCIA ADESÃO ÀS REDES SOCIAIS E IMPACTA NO PSIQUISMO

Raul Mourão Ruela, Marília Barroso de Paula

Resumo


O Brasil é um dos países com mais usuários em redes sociais na internet, totalizando 144 milhões de brasileiros nessas plataformas, ou 66,3% de sua população. Há discussões sobre os efeitos do uso dessas mídias, em especial sobre a saúde mental. Nesse sentido, este trabalho verifica quais são alguns dos métodos empregados por grandes companhias de tecnologia para atrair e manter sujeitos em redes sociais e analisar possíveis efeitos no psiquismo associados ao uso excessivo desses aplicativos. Os objetivos específicos foram identificar alguns dos mecanismos tecnológicos envolvidos na captação desse interesse, em especial no Instagram, bem como verificar e analisar estratégias psicológicas envolvidas nessa atração e na manutenção de usuários. Para esse fim, utilizou-se como metodologia a revisão bibliográfica de psicologia e tecnologia, psicanálise e comunicação. Constatou-se que, entre outros métodos, são utilizadas coleta e análise de dados, aprendizagem de máquinas, design simplificado, personalização de conteúdo e envio de notificações. Conhecimentos de psicologia visam criar hábitos, motivar o retorno às redes, tê-las como escape para angústia, predizer comportamentos, valorizar a exposição de si e estabelecer vínculos afetivos. Possíveis impactos no psiquismo não devem ser generalizados, mas analisados conforme as subjetividades encontram nessas plataformas meios para se expressarem. Os efeitos perpassam aspectos como exteriorização da subjetividade, estímulo ao narcisismo, dificuldades em lidar com nuances de presença e ausência e capitalização de trocas intersubjetivas. Verificouse também interferências na capacidade atencional e na interação com o outro, sentimento de inadequação ante a comparações excessivas e mais autocentramento.

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