O IMPACTO EMOCIONAL EM MÃES DE PREMATUROS
Resumo
Este artigo visa refletir acerca do impacto emocional em puérperas de bebês prematuros que necessitam de hospitalização em UTI neonatal. Ao longo do ciclo gravídico, a mulher idealiza um filho perfeito, um parto programado e a alta hospitalar com o seu bebê. Por vezes, esse cenário é rompido brutalmente com um parto prematuro e a mãe vivencia uma ferida narcísica, porque o Real não corresponde ao seu imaginário. As condutas adotadas pela equipe de saúde para salvar o corpo orgânico do bebê, muitas vezes o separa de sua mãe após o nascimento, podendo levar dias para que haja o encontro entre eles. Essa mãe é lançada ao vazio do Real, pois é retirado dela qualquer controle sobre a vida de seu filho(a). Esse cenário é atravessado por sentimentos negativos, já que para a mãe, o parto prematuro remete a ideia de ser inacabado. Os sentimentos de ambiguidade vivenciados pela puérpera somado à condição clínica do neonato, podem levar a fragilidade do vínculo entre mãe-bebê, pois é comum emergirem sentimentos antecipatórios de luto. Nesse sentido, o artigo também busca pensar sobre as práticas psicanalíticas, a fim de possibilitar a essa mãe se reorganizar frente a esse evento traumático e estabelecer um movimento que a vincule ao seu bebê. O presente artigo foi construído a partir de uma revisão bibliográfica narrativa, de natureza qualitativa à luz da psicanálise. Os resultados apontam para a necessidade de buscar estratégias para acolher o sofrimento materno advindo do parto prematuro e para fortalecer o vínculo mãe-bebê.
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