OS OBJETOS RELACIONAIS DE LYGIA CLARK NA CLÍNICA DA PSICOSE: UMA REFLEXÃO PSICANALÍTICA

Carolina Giroto de Oliveira, Regina Coeli Aguiar Castelo Prudente

Resumo


O presente artigo tem o intuito de refletir sobre o uso dos Objetos Relacionais da artista Lygia Clark no tratamento terapêutico da psicose a partir do trabalho realizado pelo psiquiatra Lula Wanderley com a obra de Clark no Instituto Municipal Nise da Silveira. Para essa finalidade, foi feita uma revisão narrativa sobre o trabalho de Lygia Clark, como também sobre a psicose pelos escritos de Freud, Lacan e seus comentadores. Além disso, foi feita uma descrição interpretativa sob a luz da teoria psicanalítica dos casos clínicos escritos e publicados por Wanderley. É possível perceber que, apesar de Clark e Wanderley não serem psicanalistas, o trabalho deles tinha pontos em comum com a Psicanálise. Através de experiências sensoriais tácteis, Clark buscava acessar conteúdos inconscientes recalcados em sujeitos borderlines, enquanto Wanderley pretendia acolher sem julgamento a produção delirante de pacientes psicóticos. Espera-se que novos estudos sejam feitos com o objetivo de incentivar a expressão artística como uma ferramenta terapêutica, fugindo da visão psiquiátrica reducionista e medicalizante que silencia a psicose.

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